A culpa é de John Green # ACEDE

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Diagnosticada com câncer, a adolescente Hazel Grace Lancaster (Shailene Woodley) se mantém viva graças a uma droga experimental. Após passar anos lutando com a doença, ela é forçada pelos pais a participar de um grupo de apoio cristão. Lá, conhece Augustus Waters (Ansel Elgort), um rapaz que também sofre com câncer. Os dois possuem visões muito diferentes de suas doenças: Hazel preocupa-se apenas com a dor que poderá causar aos outros, já Augustus sonha em deixar a sua própria marca no mundo. Apesar das diferenças, eles se apaixonam. Juntos, atravessam os principais conflitos da adolescência e do primeiro amor, enquanto lutam para se manter otimistas e fortes um para o outro.

Na verdade senti como se em mim existissem diversas estrelas e eu não conseguisse ajeitá-las em uma constelação. É como se a infinidade de emoções que tentei conter explodissem em busca de misericórdia, para que o extravasar ultrapassasse as linhas divisórias do que chamamos de real.
Eu me senti arrasada, cabisbaixa, em luto por um personagem que não existiu, mas que existe no interior de muitos jovens. Você pode compreender isso?
Jovens com sonhos, com vontade de fazer sua existência aqui ter algum significado e relevância, e o tem. O tem para as pessoas ao seu redor e que os amam, mesmo sem alguns deles se atentarem a isso. O fato é que ser esquecido é uma possibilidade que dói. Compartilho de um dos interesses de Gus: jamais quero ser esquecida.

Depois de assistir ao filme, com certeza me sentirei uma pessoa ruim e egoísta quando ousar pensar que os meus problemas são os piores do mundo, quando neste mesmo mundo existem crianças, adolescentes: jovens sem um mundo para cuidar ou chamar de seu, pois não tem como olhar para ele/por ele e ver além da necessidade de sobreviver. Sim, porque embora alguns desejem arduamente, eles não vivem, eles morrem aos poucos. A luta não é para viver, mas para alongar seus dias e retardar sua morte.
Fiquei tão triste, e não foi aquela tristeza profunda, acumulada por dias, nem a mesma que senti nos tempos de deprê, e sim uma tristeza rasa, aquela que lhe deixa à margem e te fere após transbordar.
Impotência é uma palavra muito forte, mas se encaixou bem ao momento, pois retratou que, mesmo desejando, eu não podia mudar a vida ou o interior dessas pessoas que são obrigadas a dividir seu corpo e lutar por ele contra o câncer. Eu tive e tenho um caso na família, e sei que se a vítima não tiver o apoio emocional necessário, o efeito disso é desastroso.
Você, pessoa “normal”, pode não compreender minhas palavras ou o objetivo delas, mas eu, como leitora assídua e que tem o coração fraco para personagens literários, quando leio é como se um universo paralelo surgisse em minha mente, fazendo vozes surgirem em meus ouvidos, expressões, características e cenas serem reproduzidas em minha cabeça.
Os personagens deixam de ter caráter fictício para ganhar espaço na estante, cabeceira, minha vida. Para quem se sente como eu, tem a consciência de que eles se tornam inimigos, suas paixões, seus sonhos de consumo, seus amigos…
Hazel Grace e Augustus Waters.
Meus velhos e atuais grandes amigos. 


Eu os conheci antes do livro deles virar ‘modinha’, antes de ter sido feita a menção de se adaptar o livro para um filme. E reli algumas semanas antes só para acender em mim falas e cenas que minha mente resolveu guardar numa caixinha de lembranças que eu não poderia reviver constantemente para não ficar para baixo. Não foi difícil fazer isso, reacender esses momentos digo, não ao descobrir que um pedaço de mim havia mantido o “infinito findável” deles, não ao me reaproximar da história e dos personagens com tanta intensidade, não ao ter noção de que tinha interiorizado todas as cenas e até as mais simples falas (muito embora com Gus em cena as falas nunca seriam simples).
O filme me provocou tanto choro quanto nos momentos de leitura, se bem que quando se está no meio de diversas pessoas desconhecidas você acaba se controlando um pouco mais e disfarçando sua vontade de soluçar, para afastar o nó da garganta, com algumas fungadas.
O filme é maravilhoso! Foi emocionante para mim desde o início, um estouro de lágrimas que se antecipavam às cenas que sabia que seriam dolorosas.
Os atores foram encantadores e encarnaram de tal forma a essência dos personagens, que com certeza os terei em mente quando ler por uma terceira vez o livro (sim, porque acho que tenho uma veia masoquista).
Quanto ao roteiro, achei quase impecável, por repetir alguns gestos e até mesmo as falas iguaizinhas as do livro. E o meu “quase” só se deve porque senti falta de algumas cenas que eu julgava serem importantes. Mas vamos minar esse meu ponto e continuar.

Achei maravilhoso a forma como as mensagens de e-mail e sms foram retratados em cena. Achei tudo tão a ver com o aspecto do filme e dos personagens.


Bom, eu li algumas mensagens do povo dizendo que odiava John Green, mandando ele tomar naquele impróprio lugar. De início eu até fiquei revoltada por ele ter dado esse fim ao Gus, só que depois de assistir ao filme eu compreendi que foi extremamente necessário para tornar tudo real, para fazer valer suas próprias palavras e argumentos na narrativa.
Por isso hoje eu digo: não te odeio mais, John Green, como eu pensei que faria. Na verdade, agradeço por ter inteirado e acrescentado minha vida com personagens tão humanos e reais como esses. Por ter me dado com essa história uma pequena porção do infinito. Por me mostrar que devo valorizar minha vida, pois meu infinito é maior do que o de algumas pessoas que não foram tão afortunadas como eu. E por me esclarecer e confortar quanto à existência da dor para poder seguir com a vida, porque ela precisa ser sentida.
Eu te agradeço, pois a emoção que me causou me fez chorar pra caramba, mas a tristeza e essa parcela de sofrimento me trouxe crescimento.

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Malévola # Vilã e heroína

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Todos nós somos heróis e vilões. Temos as circunstâncias pelas quais passamos, e que nos machucaram de alguma forma, como impulsos para algumas de nossas ações, sendo elas más ou não.

Esse foi um dos pensamentos que me ocorreu assistindo ao filme Malévola. 

Uma ação má é justificável? 
Pelas pessoas de fora, talvez não. Mas para os que foram feridos e depois realizaram essa ‘má ação’, quem sabe… 

O fato é que, independente da gravidade de nossas ‘vinganças’, o que decretará a profundidade de maldade nela, não é ela em si, mas o efeito que ela acaba causando a quem se destina e a quem a provoca.

No filme, embora tentando resistir aos encantos da pequena Aurora, foi perceptível que Malévola, a fada vingativa do coração machucado, demonstrou ao passar do tempo seu próprio sofrimento ao perceber o que aquela sua ação má, tomada em pleno momento de raiva e revolta, acarretaria à princesa.

Há muito que percebo que o novo contar das antigas histórias ganhou uma roupagem menos romântica. Romântica falo aqui no sentido de coexistência de uma princesa em perigo e um príncipe bondoso para ser sua salvação. Aquele amor idealizado em que o homem é sempre a perfeita criatura sobre um cavalo, que passa por cima de tudo, até mesmo maldições, para salvar a pobre donzela.


Desde que assisti “Valente”, me encantei pelo fato da trama não abordar o amor homem-mulher como salvação, mas o amor puro e intenso que pode existir entre mãe e filha. Uma filha que vai contra todas as convenções daquela época, rebelde (tal como essa pessoa que vos fala), que preza sua liberdade acima de tudo, que se arrepende do “querer” mudar seu destino mudando sua própria mãe (afinal a rainha Elinor tinha o poder sobre as escolhas de Merida), aprendendo que o destino está sob o controle de nossas próprias mãos, pois vive dentro de nós e precisamos ter coragem de vê-lo, e enfrentar tudo para aceitá-lo.


Desde que assisti “Frozen”, me apaixonei pelo amor intenso e protetor entre irmãs. Elsa, com seu poder mágico de criar e controlar gelo e neve, fazia questão de se esconder, anular-se em benefício e proteção de sua irmã, do povo e reino de seus pais. E minha querida Anna, que não se importou com a forma como os outros pensaram a respeito do poder de sua irmã, e fez questão de lutar com todas as forças para resgatar a irmã e retirá-la de uma prisão autoimposta.


E agora também posso dizer que, desde que assisti “Malévola”, me enfeiticei pelo “amor verdadeiro” retratado nessa nova versão de Bela Adormecida. Na verdade, uma versão que não vem só para reconstruir a “Bela Adormecida”, mas para justificar que:
– nem todo ser malvado nasce ‘sem’ bondade;
– ‘ser má’ é uma questão de consequência; 
– a noção de beijo de salvação é equivocada quando pensamos no que foi retratado por tantos anos nas mais diversas histórias criadas para iludir as menininhas sobre a existência de um príncipe perfeito.
Malévola me fez morrer de amores não por eu ter uma queda por todos os filmes que tem minha diva Angelina Jolie, e nem pelo sorriso lindo, angelical e encantador da irmã de Dakota (de quem sou muito fã também, por sinal). Elle Fanning e Angelina Jolie só foram acréscimos para eu curtir o filme. 


Posso dizer que esperava por mais dele? Talvez, só que um pouco. E não por ter sido ruim, mas porque senti que em algumas coisas faltou mais profundidade. Eu queria mais cenas de entrosamento entre Malévola e Aurora. (Aliás, o que foi aquela cena entre Jolie e sua filha, gente! Que coisa mais fofa. Ela me ganhou acima de tudo.) Eu queria que o filme se estendesse um pouco mais. rsrs


Esperava por uma história diferente do que vi? Sim, alguns pontos aqui e ali. Só que anulo, ignoro todos e quaisquer defeitos que o filme possa ter tido apenas por seu conteúdo, pela mensagem grande que ele passa com polidez: a que fala sobre arrependimento, sobre se regenerar. Que retrata o amor de redenção, aquele amor que transforma, purifica, HUMANIZA, o mesmo amor que senti transbordar da Malévola para a princesa Aurora.


Por fim, acho que não há arrependimento algum da minha parte por ter assistido ao filme. Quem sabe até o assista novamente! 

> Momento desabafo.

Sinceramente, acho uma tremenda tolice daquelas pessoas que não gostaram e incentivam outros a não assistirem. Dar sua opinião? Beleza! Agora influenciar o outro a acatar a SUA opinião. É algo chato demais. Qual é?! Cada pessoa tem seu próprio gosto e, ao invés de deixar de assistir por influência de alguém que achou péssimo, por que não gasta seu tempo para construir sua própria referência? Opinião?
Pessoas influenciáveis são escassas de critério, passíveis de sempre estarem em segundo plano por serem desprovidas de razão. #sóacho!