Diagnosticada com câncer, a adolescente Hazel Grace Lancaster (Shailene Woodley) se mantém viva graças a uma droga experimental. Após passar anos lutando com a doença, ela é forçada pelos pais a participar de um grupo de apoio cristão. Lá, conhece Augustus Waters (Ansel Elgort), um rapaz que também sofre com câncer. Os dois possuem visões muito diferentes de suas doenças: Hazel preocupa-se apenas com a dor que poderá causar aos outros, já Augustus sonha em deixar a sua própria marca no mundo. Apesar das diferenças, eles se apaixonam. Juntos, atravessam os principais conflitos da adolescência e do primeiro amor, enquanto lutam para se manter otimistas e fortes um para o outro.
Na verdade senti como se em mim existissem diversas estrelas e eu não conseguisse ajeitá-las em uma constelação. É como se a infinidade de emoções que tentei conter explodissem em busca de misericórdia, para que o extravasar ultrapassasse as linhas divisórias do que chamamos de real.
Eu me senti arrasada, cabisbaixa, em luto por um personagem que não existiu, mas que existe no interior de muitos jovens. Você pode compreender isso?
Jovens com sonhos, com vontade de fazer sua existência aqui ter algum significado e relevância, e o tem. O tem para as pessoas ao seu redor e que os amam, mesmo sem alguns deles se atentarem a isso. O fato é que ser esquecido é uma possibilidade que dói. Compartilho de um dos interesses de Gus: jamais quero ser esquecida.
Depois de assistir ao filme, com certeza me sentirei uma pessoa ruim e egoísta quando ousar pensar que os meus problemas são os piores do mundo, quando neste mesmo mundo existem crianças, adolescentes: jovens sem um mundo para cuidar ou chamar de seu, pois não tem como olhar para ele/por ele e ver além da necessidade de sobreviver. Sim, porque embora alguns desejem arduamente, eles não vivem, eles morrem aos poucos. A luta não é para viver, mas para alongar seus dias e retardar sua morte.
Fiquei tão triste, e não foi aquela tristeza profunda, acumulada por dias, nem a mesma que senti nos tempos de deprê, e sim uma tristeza rasa, aquela que lhe deixa à margem e te fere após transbordar.
Impotência é uma palavra muito forte, mas se encaixou bem ao momento, pois retratou que, mesmo desejando, eu não podia mudar a vida ou o interior dessas pessoas que são obrigadas a dividir seu corpo e lutar por ele contra o câncer. Eu tive e tenho um caso na família, e sei que se a vítima não tiver o apoio emocional necessário, o efeito disso é desastroso.
Você, pessoa “normal”, pode não compreender minhas palavras ou o objetivo delas, mas eu, como leitora assídua e que tem o coração fraco para personagens literários, quando leio é como se um universo paralelo surgisse em minha mente, fazendo vozes surgirem em meus ouvidos, expressões, características e cenas serem reproduzidas em minha cabeça.
Os personagens deixam de ter caráter fictício para ganhar espaço na estante, cabeceira, minha vida. Para quem se sente como eu, tem a consciência de que eles se tornam inimigos, suas paixões, seus sonhos de consumo, seus amigos…
Hazel Grace e Augustus Waters.
Meus velhos e atuais grandes amigos.
Eu os conheci antes do livro deles virar ‘modinha’, antes de ter sido feita a menção de se adaptar o livro para um filme. E reli algumas semanas antes só para acender em mim falas e cenas que minha mente resolveu guardar numa caixinha de lembranças que eu não poderia reviver constantemente para não ficar para baixo. Não foi difícil fazer isso, reacender esses momentos digo, não ao descobrir que um pedaço de mim havia mantido o “infinito findável” deles, não ao me reaproximar da história e dos personagens com tanta intensidade, não ao ter noção de que tinha interiorizado todas as cenas e até as mais simples falas (muito embora com Gus em cena as falas nunca seriam simples).
O filme me provocou tanto choro quanto nos momentos de leitura, se bem que quando se está no meio de diversas pessoas desconhecidas você acaba se controlando um pouco mais e disfarçando sua vontade de soluçar, para afastar o nó da garganta, com algumas fungadas.
O filme é maravilhoso! Foi emocionante para mim desde o início, um estouro de lágrimas que se antecipavam às cenas que sabia que seriam dolorosas.
Os atores foram encantadores e encarnaram de tal forma a essência dos personagens, que com certeza os terei em mente quando ler por uma terceira vez o livro (sim, porque acho que tenho uma veia masoquista).
Quanto ao roteiro, achei quase impecável, por repetir alguns gestos e até mesmo as falas iguaizinhas as do livro. E o meu “quase” só se deve porque senti falta de algumas cenas que eu julgava serem importantes. Mas vamos minar esse meu ponto e continuar.
Achei maravilhoso a forma como as mensagens de e-mail e sms foram retratados em cena. Achei tudo tão a ver com o aspecto do filme e dos personagens.
Bom, eu li algumas mensagens do povo dizendo que odiava John Green, mandando ele tomar naquele impróprio lugar. De início eu até fiquei revoltada por ele ter dado esse fim ao Gus, só que depois de assistir ao filme eu compreendi que foi extremamente necessário para tornar tudo real, para fazer valer suas próprias palavras e argumentos na narrativa.
Por isso hoje eu digo: não te odeio mais, John Green, como eu pensei que faria. Na verdade, agradeço por ter inteirado e acrescentado minha vida com personagens tão humanos e reais como esses. Por ter me dado com essa história uma pequena porção do infinito. Por me mostrar que devo valorizar minha vida, pois meu infinito é maior do que o de algumas pessoas que não foram tão afortunadas como eu. E por me esclarecer e confortar quanto à existência da dor para poder seguir com a vida, porque ela precisa ser sentida.
Eu te agradeço, pois a emoção que me causou me fez chorar pra caramba, mas a tristeza e essa parcela de sofrimento me trouxe crescimento.
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