E eu na minha solitária solidão, pensando nos benefícios ou nas explicações sobre o porquê minha solidão ser tão solitária assim.
É uma solidão que exige o silêncio interior, onde o exterior não tem relevância alguma. É uma solidão que invoca paz, que quando se fecha os olhos há um reduto sereno em sua mente e, por consequência, ao seu redor. Que lhe faz pensar estar sentado sobre uma grande pedra, à vista de uma imensa cachoeira, cujo chuá de seu impacto na água em sua posição horizontal se faz como um cântico que abranda seu Eu espiritual.
É divino, majestoso. É inerte, mas que movimenta sua alma. É um instante demorado, embora já tão saudoso. Essa solidão exige conceber a ideia da natureza bem próxima a ti.
E no final o estar solitário impacta apenas no sentido humano de interpretação, pois no fim de tudo o solitário é apenas pela sua noção de ‘ser humano só’.
No entanto, ao perceber a profundidade dessa solidão, você percebe que está tão acompanhado quanto se fosse apenas um em meio a uma multidão numa avenida de grande fluxo; você percebe que a grandeza dessa companhia não se faz por proporção ou números; você percebe que há um preenchimento que minimiza o temor do vazio; você percebe e sente, mas sente perfeitamente o quão bom e emocionante é estar na presença de Deus.
Ele tranquiliza, acolhe, regozija, refrigera, preenche, saúda, encoraja, lhe faz companhia…
Eu quero essa solitária solidão por mais vezes.
Susane Matos 